Esta semana preparando o CATIVAR 2017/2018, li um livro de não ficção, aonde “respirei cada vírgula como se estivesse a ler um romance”.
Filosofar e meditar com as crianças, de Frédéric Lenoir, conta a extraordinária aventura que o autor viveu com centenas de crianças, no âmbito dos ateliers filosóficos que organizou em várias escolas europeias: Paris, Montreal, Genebra, Córsega, Guadalupe… .
Muitos ateliers centraram-se em Mouans-Sartoux (cidade dos Alpes Marítimos) e numa turma de 4.º e 5.º ano (crianças de 8 a 11 anos) da escola pública François-Jacob.
Foram abordados temas tais como o amor, o respeito, a felicidade, sentido da vida, emoções e outros que normalmente os pais tentam evitar com as crianças, nomeadamente a morte e a violência.
Escrito com o objetivo de tornar o mundo melhor, este livro proporcionou-me alguns dos diálogos mais inteligentes e ternurentos que já li na minha vida.
Numa tentativa de explicar o efeito que este livro teve em mim devo referir que é uma honra pisar o mesmo mundo que pisam Christophe, Maria, Antoine, Anton e todos os outros que participaram nos ateliers filosóficos de Frédéric Lenoir. E é um conforto descobrir que as personagens mágicas dos livros às vezes são tão reais como as que vejo todos os dias a caminho da escola, levadas pela mão do pai ou da mãe.
E na impossibilidade de abraçar o Christophe, a Maria, o Antoine ou o Anton, aproximo o livro de Frédéric Lenoir do meu peito, envolvo-o nos meus braços e penso como estou grata às novas gerações.
Ler Filosofar e meditar com as crianças, de Frédéric Lenoir, foi como fechar, uma a uma, todas as portas dos frigoríficos do mundo inteiro e sentir (Haruki Murakami) e no final, um calor bom em tudo quanto penso. (Fernando Pessoa)
Escreve Frédéric Lenoir no prólogo:
“estou convicto de que a melhoria do mundo, e nomeadamente a luta contra o fanatismo, passa pela educação das nossas crianças”.
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