- “Professora, que cheirinho bom tem os livros!” diz a Júlia.
- ” Já sei ler com segurança! Posso ler para a turma?” diz a Aléxia.
- ” Que livros tão bonitos…ajudam-nos a pensar, não é Professora?” diz o Bernardo.
- “Os meus pais vão gostar de saber que já leio com confiança porque já li muitas vezes…” diz o David.
- ” Professora… a língua portuguesa é muito bonita pois muitas pessoas no mundo sabem falar e ler em português…” diz o Francisco.
Nesta minha “viagem” que já conta mais de trinta e três anos, como professora do 1º ciclo do ensino básico, re-conheço que fui sempre uma incentivadora e inspiradora para o gosto pela leitura e escrita da língua portuguesa.
Uma língua é o lugar donde se vê o mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que ia de nós.
Vergílio Ferreira, «A Voz do Mar», in Espaço do Invisível 5, Lisboa, Bertrand, 1999
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