“Há saberes…”

Ver:

https://terrear.blogspot.com/2019/01/saberes-de-inovacao.html

Há saberes inúteis. Há saberes que
regulam e impulsionam a acção social
e educativa. Saberes que transformam
para melhor as realidades.
São saberes de acção, de inovação.
 
Saber dar tempo ao tempo mas
agindo para que cada actor evolua
para a “zona do seu desenvolvimento
próximo”;
 
Saber gerir o lugar de todos os
actores no quadro organizacional de
modo a que cada um possa retirar
benefícios, em termos de reconhecimento,
ganho de poder e alargamento
das suas competências;
 
Saber viver com as contradições e a
desordem porque a linearidade, o
princípio da causalidade e as dimensões
formais são estranhas a
uma dinâmica de inovação;
 
Saber mudar de rota sem perder a
direcção, aproveitando os ventos
contrários, navegando à bolina, em
ziguezague sem deixar de perseguir
o objectivo;
 
Saber pensar em termos de interacção
e de construção porque a
acção educativa é sempre interacção,
é sempre relação, é sempre
uma construção colectiva;
 
Saber agir sobre as representações dos
professores, alunos e pais e as respetivas
“visões” da realidade, porque
só mudando os quadros mentais,
as visões do mundo e das coisas é
possível agir de outro modo;
 
Saber construir sentido através do
exemplo e da palavra porque as
lideranças desempenham um papel
vital nos empreendimentos de mudança;
 
Saber negociar alianças tácticas
[e estratégicas]
porque a inovação é sempre um
aposta colectiva que requer a construção
de coligações mais ou menos
estáveis;
 
Saber encorajar para a cooperação e
negociação porque a escola é em grande
medida o resultado dos complexos processos
de interacção, de construção
cooperativa das respostas para os problemas;
 
Saber delegar, confiar e encontrar
pausas retemperadoras para que cada
actor [cada autor] se sinta único, se sinta valorizado
na sua acção, se perceba construtor
de uma ordem educativa estimulante;
 
Saber transformar o modo de pedir e
de prestar contas, baseando-os em
compromissos claros e numa contratualização
que a todos implique.
 
Eis o quadro (in)completo dos saberes que é preciso
fazer emergir, reconhecer e valorizar.
 
 
 
 
José Matias Alves
(a partir de Mónica Thurler, 1998, Savoirs d’action,
savoirs d’innovation des chefs
d’établissement)
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