Apaixonei-me pelo ambiente do livro, a cor, o enigma, as claras referências ao realismo poético de Magritte, as irresistíveis figuras masculinas de fato e chapéu de coco, alguns símbolos de Alice no país das maravilhas…
Desde logo nasceu a ideia de partir para a descoberta e animação desta obra no “CATIVAR”.
Como fazê-lo?
Este é um livro recomendado pelo PNL para apoio a projetos relacionados com as artes na Educação Pré-Escolar, 1º e 2º anos de escolaridade.
De forma enigmática como o próprio enredo propõe, e tirando partido da depurada e elegante estética da ilustração…irei apresentar aos alunos, sendo esta mais uma aventura a viver com emoção.
O LANCHE DO SENHOR VERDE parece inspirar-se nos quadros de René Magritte, com os seus jogos visuais e cromáticos e os seus homens de chapéu-de-coco.
O senhor Amarelo vive num mundo amarelo. O mesmo sucede com os senhores Azul, Púrpura, Castanho, Preto e Verde, habitantes de mundos de uma única cor. Certo dia, porém, o senhor Verde chama-os para lhes mostrar uma misteriosa descoberta: ao fundo de um corredor da sua casa há uma porta com um enigmático letreiro. Atrever-se-ão eles a transpô-la? .
“O lanche do Senhor Verde” é um álbum sobre a descoberta das cores, pleno de detalhes e referências, mas nele importa menos a credibilidade possível da narrativa e mais a possibilidade de nela se encontrarem – e a partir dela se construírem – outras histórias. E, tal como as histórias, o olhar percorre distâncias e chega a outros lugares.
Como afirmava Magritte, “num quadro, as palavras são da mesma substância que as imagens”.
Também aqui a legenda não explica, antes adensa o enigma, promove a multiplicação, derrogando barreiras linguísticas, oferecendo armadilhas irónicas, brindando o leitor com plurireferências estéticas, dos surrealistas a Michael Foucault, de “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll a Jorge Luís Borges e Italo Calvino, convidando o leitor a jogar um dos jogos mais poderosos de todos – o do mistério da representação artística.
Este é um livro sobre a importância de olhar, entendendo-se a representação como um jogo do olhar e a realidade como um simples ponto de vista – a realidade não mais do que um espaço de multiplicação, com entradas e saídas diversas.
A maçã verde, os homens de chapéu de coco, a repetição, os espelhos, os lugares e objetos banais, algumas das marcas registadas de Magritte, voltam a denunciar, neste álbum, só aparentemente destinado aos mais pequenos, a traição dos sistemas convencionais de representação.
- ÁLBUM ilustrado com um magnífico jogo de cores.
- Uma história de mistério com referências à arte do pintor surrealista René Magritte.
- Autor nomeado para o Grande Prémio Internacional de Ilustração White Raven.
Utilize como recurso pedagógico:
https://pt.slideshare.net/cfijojo/o-lanche-do-senhor-verde-javier-sez-castn
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